Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo

Atua na defesa dos Institutos Públicos de Pesquisa Científica do Estado de São Paulo

Comunidades científicas se revoltam com projeto de Tarcísio e pedem volta da carreira de pesquisador

Reprodução


A Academia Brasileira de Ciências (ABC) enviou um ofício em que solicita a retirada imediata do Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 09/2025, que ameaça estrutura e a valorização da carreira de pesquisadores científicos, ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).

O PLC 09/2025 tramita na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) com caráter de urgência. O projeto propõe a extinção do tradicional regime de tempo integral (RTI) e substituição por uma jornada rígida de 40 horas semanais, além de transformar o modelo de remuneração variável em um sistema de subsídio fixo — medida que, segundo a ABC, desestimula a permanência de talentos no serviço público.

Fim da remuneração por mérito e experiência

Na prática, o projeto acaba com incentivos como quinquênios, sexta parte e bônus por funções de liderança, ferramentas essenciais para manter pesquisadores experientes no sistema e atrair novos talentos. Também está prevista a extinção da CPRTI, comissão permanente que gere a carreira científica no estado.

“A sólida base científica construída por essas instituições foi decisiva para transformar São Paulo no estado mais industrializado e tecnologicamente avançado do país”, alertou a ABC, em ofício enviado também aos secretários da Agricultura, Saúde e Meio Ambiente.

Comunidade científica se mobiliza: “Ameaça à continuidade e à autonomia”

A Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) criou um abaixo-assinado que ultrapassa 15,5 mil assinaturas. Em nota, a entidade afirma que o PL “representa grave ameaça à continuidade, autonomia e valorização da pesquisa científica paulista”.

Além da ABC e da APqC, diversas instituições manifestaram repúdio ao projeto, incluindo:

  • Departamento de Medicina Preventiva da USP;
  • Instituto de Medicina Tropical de São Paulo;
  • Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC);
  • Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia (SINTPq).

Em uma moção, o Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo (USP) foi categórico: “A extinção da carreira compromete a formação de novos pesquisadores, a captação de recursos e a missão pública das instituições de pesquisa em saúde”.

Com informações da Revista Forum

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