Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo

Atua na defesa dos Institutos Públicos de Pesquisa Científica do Estado de São Paulo

Pesquisador da APqC destaca importância de fazenda experimental em Piracicaba

O pesquisador Sérgio Alves Torquato, representante da APqC (Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo), que representa pesquisadores de diversos institutos públicos de pesquisa do Estado, incluindo unidades na região de Piracicaba, como a APTA Regional (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios) e institutos ligados à agricultura, como o Instituto Agronômico e o Instituto de Tecnologia de Alimentos, usou a tribuna popular da Câmara na noite do dia 5 de dezembro.

Ele falou sobre o projeto de lei complementar 21/2025, de autoria do Executivo, que autoriza o município a receber, em doação, parte de áreas localizadas na rua Alberto Coral, no bairro Guamium, de propriedade da Fazenda do Estado de São Paulo, destinadas ao fomento de atividades de desenvolvimento econômico, tecnológico, do agronegócio e de pesquisa regional.

Ele esteve na Câmara no dia da votação da proposta, mas não conseguiu usar a tribuna para fazer suas considerações. Pesquisador da Apta Regional, Sérgio destacou que, na história, não se vê nenhum registro de país desenvolvido em que a ciência e a pesquisa não estejam envolvidas. “Então, a relação de desenvolvimento do país e pesquisa é direta”, afirmou, acrescentando que, em Piracicaba, há uma fazenda experimental fundada em 1928 para sanar doenças das plantações de café e cana-de-açúcar, e que foi objeto de discussão do PLC 21.

“Ainda somos região produtora de cana. A função da fazenda experimental é exatamente, como o próprio nome diz, experimentar novas tecnologias, desenvolver a tecnologia e experimentar”, disse. Segundo ele, a fazenda experimental de Piracicaba, que fica na Avenida Alberto Coral, tem esse papel, com “experimentos com cana, com soja, área de preservação ambiental, preservação do solo, fertilidade, nutrição”.

Ele acrescentou que, com as mudanças climáticas, essas fazendas se tornam ainda mais importantes, para que possam ser testadas tecnologias para a adaptação às alterações que já estão em curso.

O pesquisador abordou também a tradicional comida do brasileiro, o PF (prato feito), com arroz, feijão, bife, farofa e salada. “Esses ingredientes existem há muito tempo, mas hoje chegam à sua mesa graças à ciência. Desde os anos 30, os pesquisadores do IAC (Instituto Agronômico de Campinas) já estudavam e criaram muitos cultivares usados em larga escala pelo Brasil todo. Mas o que são cultivares? São espécies de plantas que foram modificadas para melhor desempenho”, afirmou, acrescentando que, como o agronegócio tem muito peso na balança comercial brasileira, essas pesquisas impactam também na economia nacional.

Sérgio citou também que o Instituto Biológico, por exemplo, desenvolveu 90% das cepas de organismos para controle biológico de pragas e doenças no Brasil. E, junto do Instituto de Zootecnia, estuda e cria soluções para doenças que afetam a pecuária, garantindo a saúde do animal e da carne. “Lembra daquele bife lá do começo? A pesquisa de caráter público põe ele na sua mesa e também nas de outros países. Como o Brasil é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo, já viu que isso é importante?”, questionou, dizendo em seguida que nem só de bife vive o brasileiro. “O Instituto de Tecnologia de Alimentos também traz as mais inovadoras técnicas para processamento e conservação dos produtos. Até nas embalagens tem ciência”, disse.

“E, na verdade, é tudo isso e muito mais. Do seu alimento de todo dia ao PIB do Brasil, a pesquisa científica de caráter público está presente e atuante. Por isso, é responsabilidade de todos — minha, sua, dos governantes — defender e cuidar desse patrimônio. Então, procure saber mais sobre os institutos e seus trabalhos, por meio da página da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo, e acompanhe as novidades”, concluiu.

Fonte: Câmara Municipal de Piracicaba

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