Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo

Atua na defesa dos Institutos Públicos de Pesquisa Científica do Estado de São Paulo

Nota de posicionamento da APqC sobre alteração do PLC 9/2025

Nota de posicionamento: Altera PLC 9/2025 
19 de junho de 2025 

A Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) vem a público contestar a afirmação do Governo do Estado de São Paulo de que teria mantido “amplo diálogo” com os pesquisadores antes de encaminhar à Assembleia Legislativa a nova versão do Projeto de Lei Complementar nº 9/2025. 
Ao contrário disso, a APqC só teve conhecimento do conteúdo do texto no momento em que foi protocolado na Alesp. Em reunião realizada no dia 30 de maio, no Palácio dos Bandeirantes, com o secretário-executivo da Casa Civil,  Fraide Sales, a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), Natália Resende, e outros integrantes do governo foi apresentado à categoria um texto completamente diferente daquele que acabou sendo submetido ao Legislativo. 

O texto apresentado no dia 30, portanto, diferente do que foi enviado à Alesp, foi amplamente rejeitado pelos pesquisadores, sendo que em diversos institutos, a rejeição se deu por unanimidade. 
O novo texto, enviado à Alesp no último dia 17 de junho, mantém o desmonte da pesquisa pública paulista. A proposta extingue o Regime de Tempo Integral (RTI), sem apresentar qualquer justificativa técnica ou administrativa para isso, ignorando o papel essencial que o RTI desempenha na produção científica de interesse público, nas áreas de saúde, meio ambiente e agricultura. 
Além disso, a nova redação do PLC 9/2025 ataca diretamente a Comissão Permanente do Regime de Tempo Integral (CPRTI), ao retirar da sua competência a realização das avaliações de desempenho dos pesquisadores. A comissão passaria a ter apenas atribuições genéricas de “propor” e “monitorar”, abrindo espaço para interferência política em um processo que sempre foi técnico e isento. 
O texto ainda evidencia desconhecimento sobre o funcionamento da carreira ao prever a formação de uma nova comissão em 90 dias, algo inviável na prática, sobretudo porque a comissão atual está, neste momento, com avaliações em andamento. 
Há ainda outros trechos no substitutivo que funcionam como verdadeiros “cheques em branco” para o Executivo, ao prever que temas sensíveis da carreira sejam regulamentados por decreto, sem definição clara no corpo da lei.  O novo texto também exclui os pesquisadores aposentados. Isso gera grave insegurança jurídica e ameaça a isonomia entre os pesquisadores. 
Diante de tantas inconsistências, a APqC informa que outros pontos do texto protocolado na Alesp serão submetidos à análise da categoria, e reforça seu compromisso com a defesa da carreira de pesquisador, que completa 50 anos, com o patrimônio científico estadual e com os Institutos Públicos de Pesquisa. 
 

Dra. Helena Dutra Lutgens 
Presidente da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) 

Sobre a APqC 

Fundada em 1977, a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) representa servidores de 16 Institutos Públicos de Pesquisa do Estado, nas áreas de Meio Ambiente, Agricultura e Saúde. Além de incentivar o desenvolvimento da ciência, como instrumento de transformação socioambiental do Estado de São Paulo, a entidade tem como missão estabelecida em seu estatuto a defesa dos institutos e da carreira de pesquisador científico, criada em 1975, além do patrimônio público ligado à pesquisa, incluindo prédios históricos e fazendas experimentais. A entidade defende a recriação dos Institutos Florestal, de Botânica, Geológico e da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), extintos em 2020*.  

Os pesquisadores representados pela APqC atuam nos institutos:  

Meio Ambiente: Instituto Florestal*, Instituto de Botânica*, Instituto Geológico* (Integram a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, infraestrutura e logística). 

Agricultura: APTA Regional, Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Instituto Biológico, Instituto de Economia Agrícola (IEA), Instituto de Pesca, Instituto de Tecnologia de Alimentos, Instituto de Zootecnia (Integram a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento).  

Saúde: Instituto Adolfo Lutz, Instituto Butantan, Instituto Dante Pazzaneze de Cardiologia, Instituto Lauro de Souza Lima, Instituto Pasteur, Instituto da Saúde, SUCEN*, Laboratório de Investigação Médica-LIM HC-USP (Integram a Secretaria de Estado da Saúde). 

Mais informações   

apqc.org.br    

Marcelo Nadalon      

marcelo.nadalon@agenciafr.com.br      

11.96632-6689 

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