Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo

Atua na defesa dos Institutos Públicos de Pesquisa Científica do Estado de São Paulo

Horto Florestal: Festival no Parque Estadual Alberto Löfgren, na zona norte de São Paulo, ameaça a biodiversidade da área de conservação,  alerta APqC

Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo afirma que o local abriga espécies nativas que estão com filhotes e podem ser impactadas pelo evento

Campinas, 6 de dezembro de 2024 – O festival de música marcado para este sábado (7), no Horto Florestal Alberto Löfgren, na zona norte de São Paulo, é uma ameaça à biodiversidade de uma das áreas de conservação mais antigas do Brasil. O alerta é feito pela Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), que representa pesquisadores de 16 Institutos Públicos do Estado.

O evento é promovido pela Urbia Parques, empresa que passou a administrar a unidade de conservação após concessão realizada pelo Estado, em 2021.

“É uma unidade de conservação que tem capacidade suporte para receber pessoas, ou seja, tem um limite de pessoas que você pode receber sem alterar o ambiente, algo que está sendo claramente ignorado ao se promover um evento que pode reunir 20 mil pessoas”, afirma Helena Dutra Lutgens, presidente da APqC.

Criado pelo naturalista sueco Alberto Löfgren, em 1896, o Horto tem 174 hectares e nasceu com o objetivo de preservar a vegetação nativa da Mata Atlântica e desenvolver pesquisas relacionadas à flora brasileira. A unidade de conservação é habitat de fauna típica da região, como macacos-prego, gambás, tucanos, maritacas, dentre outras aves. Segundo a APqC, o festival marcado para este fim de semana ocorre justamente quando estes animais estão com filhotes.

Fotos tiradas no local mostram tendas montadas diante da vegetação e faixas colocada sobre a arquitetura de entrada do parque, comprometendo o paisagismo histórico existente no local, conforme afirma a APqC.

“Este festival é uma das ações que estão impactando o manejo adequado da unidade, colocando em risco a conservação da biodiversidade. Há também uma degradação do trabalho paisagismo histórico, com pinheiros do brejo, provavelmente, plantados pelo próprio Alberto Löfgren, fazendo com que o parque seja desviado de seu objetivo enquanto unidade de conservação”, ressalta.

Além da preservação, ao longo do século XX, o Horto Florestal expandiu suas funções, tornando-se um importante ponto de contemplação da natureza e educação ambiental. O local abriga bosques, trilhas, lagos, além do Museu Florestal Octávio Vecchi, que reúne acervos históricos e científicos sobre a exploração madeireira no Brasil. Também é sede do Palácio de Verão do Governo do Estado de São Paulo.

“É alarmante perceber que o Estado transformou uma área de conservação tão importante para o clima, inclusive, de São Paulo, em unidade de negócio, ignorando completamente a função ambiental do parque e de outras áreas, como a Cantareira, que fica ao lado e também é impactada pelas mesmas medidas”, reforça Lutgens.

Mais informações

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Márcia Bernardes  

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