Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo

Atua na defesa dos Institutos Públicos de Pesquisa Científica do Estado de São Paulo

Faesp se posiciona contra venda de área do Instituto Agronômico após mobilização da APqC

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), por meio de seu presidente, Tirso de Salles Meirelles, enviou na tarde de ontem (17) um ofício ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pedindo que reconsidere a sua intenção de colocar à venda parte da Fazenda Santa Elisa, pertencente ao Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

A carta é resultado dos esforços movidos pela Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) para alertar e mobilizar a sociedade quanto às consequências de uma possível venda da área. “Vender áreas experimentais de pesquisa apenas reforça o posicionamento negacionista do governo Tarcisio diante da emergência climática. Em vez de abrir mão, deveríamos ampliar os territórios de pesquisa e conservação”, diz Helena Dutra Lutgens, presidente da APqC. Segundo ela, a venda dessas áreas “compromete décadas de pesquisa e desenvolvimento”.

No ofício encaminhado ao governador, a Faesp, uma das entidades mais representativas do agronegócio paulista, afirma que a Fazenda Santa Elisa tem papel central na consolidação da cultura do café como um dos pilares da economia nacional: “90% das cultivares de café produzidas no Brasil são resultado de pesquisas realizadas nesta unidade do IAC”, ressalta a nota.

Ainda conforme a Faesp, a venda coloca em risco o patrimônio genético armazenado e às pesquisas em curso, com impacto na sustentabilidade e competitividade da cafeicultura brasileira, já que a área em questão, situada na Fazenda Santa Elisa, abriga um dos mais importantes bancos de germoplasma de café do Brasil e do mundo, por reunir todo o conjunto de material genético que compõe a base da herança genética do café no país.

Em entrevista para a imprensa, a presidente da APqC declarou que a fazenda experimental do IAC precisa ser defendida não apenas por cafeicultores, que dependem das pesquisas para ampliar ou aprimorar sua produção, mas “por todos os cidadãos brasileiros que zelam pela ciência e pela sociedade paulista que se fortaleceu a partir da cultura cafeeira”, disse. Ela elogiou também a posição da Faesp e conclamou para que outras associações e entidades de classe saiam em defesa do IAC.

Foto: Alessandro Torres (Correio Popular)

Compartilhe: