O Médico Veterinário Ricardo Spacagna Jordão, assistente técnico de pesquisa do Instituto Biológico (IB-Apta), foi recentemente escolhido presidente da Associação Mundial de Buiatria (WAB, na sigla em inglês), maior e mais importante associação da área, voltada à saúde e diagnose de bovinos, a nível internacional. O especialista já representava o Brasil no Comitê Executivo do órgão desde 2012 e será o primeiro presidente eleito de fora do eixo Estados Unidos-Europa.

“Este é o reconhecimento, a validação que estamos retomando nosso espaço. Um funcionário do IB se tornar presidente da maior e mais importante associação de bovinos do mundo mostra a importância do Instituto no cenário internacional, assim como o insere nas discussões de temas relevantes para o agro, permitindo a condução de pesquisas mais certeiras, voltadas a resolver problemas mundiais”, declara Jordão. Para ele, sua escolha é uma chancela da qualidade da pesquisa desenvolvida há décadas pelo Instituto no qual trabalha, assim como da pecuária bovina nacional. “O Brasil e o estado de São Paulo são muito fortes na pecuária e na qualidade do que produzem, e o IB sempre foi reconhecido pelo seu pioneirismo, estando à frente das discussões das áreas técnicas”, agrega.

Tendo atuado com buiatria desde a faculdade, o novo presidente está há 24 anos no IB, onde, entre outras atribuições, coordena o Laboratório de Produção de Imunobiológicos, insumos estratégicos e essenciais para garantia da sanidade do rebanho paulista e nacional, sendo o Biológico uma das poucas instituições nacionais autorizadas a produzi-los. As credenciais na área garantiram a escolha de Jordão para o cargo de tamanha relevância, em uma Associação que representa 72 países. “A importância da WAB está justamente em representar os interesses dos médicos veterinários buiatras, seja na interligação entre os países, ao promover congressos e treinamentos para capacitação e ampliar a rede de contatos, na premiação e reconhecimento de jovens cientista, através dos seus prêmios de incentivo, até a participação de discussões globais”, detalha o especialista. De fato, a gama de atribuições é ampla, indo desde realizar simples palestras online até representar uma cadeira na WOAH (Organização Mundial para Saúde Animal).

Desafios e novas possibilidades

Jordão conta que no Congresso Mundial onde foi eleito presidente, realizado em maio, no México, sentiu grande receptividade por parte dos colegas, sobretudo europeus, que demonstraram animação em ter um latino-americano na representação máxima da Associação. À frente do órgão para uma gestão de 4 anos, o médico veterinário terá a oportunidade de implementar um pouco de sua visão sobre o que pretende para o órgão. “Acredito que o principal ponto é o diálogo, melhorar a comunicação e dar mais força aos países realmente envolvidos com a atividade, assim como defender e apoiar países que buscam soluções e experiências de outras regiões”, detalha. O novo presidente cita como exemplo a criação de um banco de profissionais com a chancela da WAB, para que possam ser indicados e a qualidade das suas pesquisas e serviços, reconhecidos, possibilitando que indústrias, governos e órgãos encontrem com mais facilidade apoio técnico de qualidade. Da mesma forma, objetiva propor temas de interesse mundial para condução de pesquisas.

Jordão comenta que uma das primeiras ações que tomou foi criar uma comissão de jovens que tiveram trabalhos premiados pela WAB. “Essa comissão é multicultural, e a ideia é termos embaixadores jovens nos países, para modernizar, aumentar e obter mais qualidade na troca de experiência entre as nações”, explica. Segundo conta, muitas vezes o representante legal do país é um profissional altamente qualificado, mas com agenda cheia, o que diminui muito a interação e o contato rápido. Assim, o envolvimento de jovens buiatras pode auxiliar no ganho de velocidade.

Entre suas expectativas no novo cargo, o pesquisador diz que pretende avançar no diálogo com as autoridades mundiais para fazer avançar a pecuária brasileira. “É indiscutível que o Brasil é o país mais forte na bovinocultura mundial e que o agro é a atividade mais importante do país. No entanto, por vezes o produto brasileiro não é reconhecido pela sua qualidade, apenas pela quantidade e capacidade que temos de produzir grandes volumes”, aponta Jordão. O especialista acredita que muitos países conseguem vender uma imagem melhor que a nossa somente por terem melhores estratégias de marketing e que seu papel é ajudar a mudar esse panorama. “Acredito que, presidindo uma associação como a WAB, atrairemos o interesse de muitos países, muitas indústrias, o que possibilitará, pelo menos, o diálogo com novos consumidores. As pesquisas ganharão mais relevância e o país terá mais chances de mostrar suas virtudes”, conclui.

Com informações da Assessoria de Imprensa da Apta e IB

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