
O 18 de novembro, celebrado ontem, é para a pesquisa paulista a pedra fundamental. É o dia em que a carreira de pesquisador científico ganhou existência legal.
Em 1975, a Lei Complementar 125 estabeleceu oficialmente essa carreira, um reconhecimento de que o desenvolvimento do estado dependia de instituições sólidas e de profissionais dedicados exclusivamente à ciência pública.
Desde então, porém, o que nasceu como um compromisso do Estado com a pesquisa vem sendo corroído por décadas de descontinuidade, cortes e decisões políticas que enfraquecem os institutos e seus quadros. O processo, persistente desde os anos 90, encontrou em 2025 seu momento mais duro com a aprovação do PLC-9, que atinge diretamente a estrutura construída ao longo de 50 anos.
Mesmo assim, esta data sempre será simbólica e importante. Ela lembra que a carreira existe porque a sociedade precisa de pesquisa pública forte, contínua e protegida de interesses imediatistas. Lembra também que, apesar de todos os desmontes, os pesquisadores continuam entregando conhecimento, inovação e respostas concretas para problemas reais do estado de São Paulo.
A APqC reafirma, em todo o Dia Estadual do Pesquisador Científico, que a defesa dessa carreira é a defesa da própria ciência pública paulista. E que nenhum retrocesso apagará o legado construído desde 1975.