Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo

Atua na defesa dos Institutos Públicos de Pesquisa Científica do Estado de São Paulo

APqC articula apoio na Alesp contra projeto que ameaça carreira de pesquisador

Pesquisadores científicos do Estado de São Paulo estiveram, mais uma vez, na Assembleia Legislativa (Alesp) nesta terça-feira (2), em mais uma rodada de mobilização contra o PLC 9/2025. Representados pela Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), um grupo de cientistas dialogou com deputados aliados na causa. Entre eles, estiveram presentes o deputado Antônio Donato, a deputada Beth Sahão, a deputada Ana Perugini e a equipe da deputada Mônica Seixas — representada pela doutora Rosana — todos mobilizados em apoio à ciência pública. O projeto em questão, enviado pelo governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), propõe revogar a Lei Complementar 125/1975 — marco que instituiu a carreira de pesquisador científico no Estado — e estabelece um novo regime de trabalho sem participação da comunidade científica.

O PLC 9/2025 representa um retrocesso para a ciência pública paulista. Entre os prejuízos apontados estão: desestruturação do Regime de Tempo Integral (RTI) e da Comissão Permanente do RTI (CPRTI), enfraquecendo critérios técnicos e meritocráticos na avaliação dos pesquisadores; adoção de jornada de 40 horas semanais em lugar da dedicação integral; alterações profundas na progressão de carreira — que, na prática, pode levar até 40 anos para alcançar o nível máximo; remuneração por subsídio fixo, sem adicionais por tempo de serviço; e regulamentos importantes definidos por decreto, elevando o potencial de interferência política e reduzindo a segurança jurídica.

Diante dessa ameaça, a APqC, que representa cerca de 1.500 pesquisadores ativos e aposentados de 16 institutos públicos, intensificou sua mobilização. Foram realizados atos em diversas instituições como Butantan, IAC, IPEN, ITAL e unidades da USP, com posicionamento unânime pela rejeição ao PLC 9 e a quaisquer substitutivos inadequados. A SBPC, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e mais de 25 outras entidades científicas também manifestaram-se contrárias ao projeto — inclusive por meio de carta à Secretaria de Governo e abaixo-assinado com mais de 16 mil assinaturas.

A luta da categoria, liderada pela APqC, tem como objetivo garantir que o futuro da carreira de pesquisador seja definido por critérios técnicos, com ampla participação da comunidade científica, e não por imposições administrativas arbitrárias. Rejeita o desmonte das bases da ciência pública e defende a manutenção da autonomia, da estabilidade e da capacidade dos institutos de pesquisa de promoverem inovação, formação e serviços essenciais à sociedade paulista.

A mobilização continua até que o PLC 9 seja definitivamente retirado da pauta, assegurando o respeito à história de 50 anos da carreira e à importância da pesquisa científica para o Estado de São Paulo.

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