Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo

Atua na defesa dos Institutos Públicos de Pesquisa Científica do Estado de São Paulo

Pesquisadores vão à Alesp cobrar retirada de projeto que altera carreira 

Campinas, 30 de junho de 2025 – Os cientistas que atuam nos 16 Institutos Públicos de Pesquisa no Estado de São Paulo voltaram a rejeitar, em reunião na última semana, o novo texto do Projeto de Lei Complementar (PLC) 9/2025, que altera a carreira de pesquisador. Para convencer os deputados, a categoria pretende percorrer os gabinetes nesta terça-feira (1), na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). 

A proposta enviada pelo governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), em 17 de junho, foi elaborada sem a participação da categoria, que diz só ter tido acesso ao texto após o documento ser protocolado.  

Segundo a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), o projeto mantém a desestruturação da pesquisa pública, com extinção do Regime de Tempo Integral (RTI) e da Comissão Permanente do Regime de Tempo Integral (CPRTI), responsável por gerir e avaliar a atuação dos cientistas. 

“O projeto enviado como uma espécie de substitutivo à Alesp é tão prejudicial à ciência quanto o primeiro apresentado aos deputados, porque retira a competitividade da carreira de pesquisador, gerando fuga de novos servidores, prolonga o tempo para chegar ao nível máximo, sem garantia de benefícios neste período, e, muito grave, ataca a CPRTI”, afirma Dra. Helena Dutra Lutgens, presidente da APqC. 

A entidade afirma que o PLC retira da CPRTI a realização das avaliações de desempenho dos pesquisadores. “A comissão passaria a ter apenas atribuições genéricas de ‘propor’ e ‘monitorar’, abrindo espaço para interferência política em um processo que sempre foi técnico e isento”, diz a nota da entidade divulgada na semana passada. 

“A sociedade perde com este PLC. Por isso, vamos reforçar aos deputados que, ao contrário do que diz o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o projeto de lei que está na Alesp não valoriza a carreira de pesquisador, nem favorece a produção científica. Muito pelo contrário, desestrutura uma carreira sólida, de 50 anos, que conta com critérios técnicos e meritocráticos para progredir de nível, além de assegurar a produção científica de credibilidade por meio do Regime de Tempo Integral e das avaliações feitas pela CPRTI”, reforça Lutgens. 

A entidade reforça que trechos do novo PLC representam “cheques em branco” para o executivo, “ao prever que temas sensíveis da carreira sejam regulamentados por decreto, sem definição clara no corpo da lei”. Ainda segundo a APqC, o projeto exclui os aposentados e gera “grave insegurança jurídica e ameaça a isonomia entre os pesquisadores”.   

Sobre a APqC 

Fundada em 1977, a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) representa servidores de 16 Institutos Públicos de Pesquisa do Estado, nas áreas de Meio Ambiente, Agricultura e Saúde. Além de incentivar o desenvolvimento da ciência, como instrumento de transformação socioambiental do Estado de São Paulo, a entidade tem como missão estabelecida em seu estatuto a defesa dos institutos e da carreira de pesquisador científico, criada em 1975, além do patrimônio público ligado à pesquisa, incluindo prédios históricos e fazendas experimentais. A entidade defende a recriação dos Institutos Florestal, de Botânica, Geológico e da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), extintos em 2020*.  

Os pesquisadores representados pela APqC atuam nos institutos:  

Meio Ambiente: Instituto Florestal*, Instituto de Botânica*, Instituto Geológico* (Integram a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, infraestrutura e logística). 

Agricultura: APTA Regional, Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Instituto Biológico, Instituto de Economia Agrícola (IEA), Instituto de Pesca, Instituto de Tecnologia de Alimentos, Instituto de Zootecnia (Integram a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento).  

Saúde: Instituto Adolfo Lutz, Instituto Butantan, Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, Instituto Lauro de Souza Lima, Instituto Pasteur, Instituto de Saúde, SUCEN*, Laboratório de Investigação Médica-LIM HC-USP (Integram a Secretaria de Estado da Saúde). 

Mais informações   

apqc.org.br  

Marcelo Nadalon      

marcelo.nadalon@agenciafr.com.br      

11.96632-6689 

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