Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo

Atua na defesa dos Institutos Públicos de Pesquisa Científica do Estado de São Paulo

Faleceu Antônio Carlos Pimentel Wutke, referência na pesquisa sobre fertilidade do solo no Brasil 

Pesquisador aposentado do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), e ex-presidente da APqC e da Comissão Permanente do Regime de Tempo Integral (CPRTI), Wutke foi sepultado em Campinas, interior de São Paulo 

`São Paulo, 21 de janeiro de 2024 – Foi sepultado nesta segunda-feira (20), em Campinas, interior de São Paulo, o corpo do engenheiro agrônomo aposentado Antônio Carlos Pimentel Wutke. O pesquisador científico morreu no domingo (19), aos 94 anos de idade, em decorrência de uma pneumonia bacteriana. 

Nascido em Campinas, em 15 de setembro de 1930, era formado em Engenharia Agronômica, em dezembro de 1955, pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP). Iniciou suas atividades profissionais como assistente rural na Associação de Crédito e Assistência Rural em Divinópolis, Minas Gerais, ingressando na pesquisa agronômica no Instituto Agronômico de Campinas (IAC), como bolsista do CNPq, em 1/7/1957. Foi posteriormente admitido na Seção de Fertilidade do Solo desse Instituto em 4/6/1958, sendo efetivado como pesquisador científico, nessa mesma instituição, em 14/12/1977.

Considerado referência em fertilidade de solo e nutrição de plantas no Brasil, o pesquisador atuou no Instituto Agronômico de Campinas (IAC), no qual desenvolveu estudos sobre diferentes culturas, como algodão, batatinha, café, cana-de-açucar e soja. Mas foi no cultivo da cana-de-açúcar que se tornou uma das principais autoridades no Brasil.  

Wutke, juntamente com outros pesquisadores, principalmente com o Dr. Raphael Alvarez, é autor de artigos sobre os efeitos positivos da aplicação de diferentes doses de nitrogênio, fósforo e potássio, conjuntamente à utilização de calcário e ao cultivo de leguminosas, na produtividade da cultura de cana-de açúcar. Ele também investigou e descobriu que escórias de siderurgia eram eficientes para a correção de acidez do solo no Vale do Paraíba. 

“Suas contribuições para a produção agrícola brasileira são inquestionáveis. O conhecimento gerado a partir de suas pesquisas não apenas contribuiu para que o Estado de São Paulo se tornasse um dos maiores produtores de cana-de-açúcar do país, como chamou a atenção para a importância do cuidado com o solo para garantir às futuras gerações uma produção mais sustentável”, afirma Helena Dutra Lutgens, presidente da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC). 

Além das contribuições para a produção de alimentos, Wutke foi um dos incentivadores, junto com outros cientistas, da criação da carreira de pesquisador científico no Estado de São Paulo, ocorrida em 1975. No mesmo ano, contribuiu ativamente para a criação da Comissão Permanente do Regime de Tempo Integral (CPRTI), responsável pela avaliação da atividade científica e técnica dos pesquisadores ligados à administração direta, que atuam nos Institutos Públicos de São Paulo, da qual foi presidente, em 1981. 

Ele também foi presidente da APqC entre os anos de 1994 e 1996 e membro atuante da associação.  

“Antônio Carlos Pimentel Wutke nos legou exemplos de vida, de seu caráter, de pessoa amiga e solícita, afável e sempre preocupada com o coletivo. Foi um exemplo de coerência e combatividade. Certamente essa herança foi adquirida desde seu nascimento e desse aprendizado de vida, partilhou com Margarida, sua amada esposa por quase 64 anos anos, a construção de uma bonita família, composta por suas filhas Maria Cristina, Elaine e Ana Cláudia, seus netos Júlia e Otávio e suas bisnetas Gabriella e Melissa”, escreveu a família.

Mais informações:

Marcelo Nadalon (marcelo.nadalon@agenciafr.com.br) / 11.96632-6689

Márcia Bernardes (marcia.bernardes@agenciafr.com.br) / 17.98147-0223

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