O Núcleo de Pesquisa Pescado para Saúde acaba de publicar resultados de pesquisa que revelam as principais espécies consumidas e o perfil socioeconômico do consumidor de pescado do estado de São Paulo. O trabalho de pesquisa consultou quase duas mil pessoas. Especialista salientam que comer peixe regularmente pode reduzir o risco de doenças cardíacas e apoiar o desenvolvimento do cérebro.
Integrantes do Núcleo, pesquisadores do Instituto de Pesca (IP-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo e da empresa AquaHana conduziram o estudo de mercado, buscando compreender os fatores associados ao consumo de pescado, bem como as principais dificuldades enfrentadas para ampliar sua frequência nos cardápios paulistas. Para tanto, foi aplicado um questionário on-line com 23 questões junto ao consumidor, em 16 regiões administrativas do estado. As respostas obtidas foram validadas com representantes do setor produtivo e terciário, como bares, restaurantes e mercados.
Entre os 1947 respondentes da pesquisa, 62% são do sexo feminino, com a faixa etária predominante entre 40 e 59 anos (43%). As espécies mais consumidas incluem tilápia, salmão, pescada, atum, sardinha, cação, bacalhau e camarão, sendo o pescado congelado na forma de filé o mais adquirido.
Benefícios x consumo de pescado
De acordo com especialistas envolvidos no estudo, incluir pescado na alimentação de forma frequente e variada contribui para a redução do risco de doenças cardiovasculares, além de favorecer o desenvolvimento neurológico e auxiliar em questões relacionadas à saúde mental. Esses benefícios reforçam a importância de incentivar o consumo e superar os desafios que limitam seu acesso pela população.
Apesar disso, a pesquisa indicou que o consumo de pescado em São Paulo é baixo, tanto em volume quanto em frequência. Entre os principais fatores limitantes, está o preço, que representa um obstáculo significativo para grande parte da população.
Os resultados desta investigação reforçam a necessidade de desenvolver estratégias para tornar o pescado mais acessível e atrativo aos consumidores. Medidas como educação alimentar, promoções em mercados locais, ampliação da diversidade de produtos e incentivo à produção sustentável podem ser decisivas para aumentar sua presença nos lares paulistas.
Para a nutricionista e pós-doutoranda atuante no projeto, Jéssica Levy, “com este diagnóstico, espera-se fomentar políticas públicas e iniciativas privadas voltadas a ampliar o consumo de pescado e, assim, contribuir para uma alimentação mais saudável e equilibrada em todo o estado de São Paulo”.
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Núcleo de Pesquisa Pescado para Saúde
O Pescado para Saúde é coordenado pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, em co-execução com o Instituto de Pesca (IP-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, a Universidade de Mogi das Cruzes e Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Além das entidades de pesquisa, participam do Núcleo empresas brasileiras, como Polinutri e Neogen, e estrangeiras, como Biomar (Noruega), Veramaris (Países Baixos), Lesaffre (França) e AquaHana (Estados Unidos). O Núcleo é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e teve início em outubro de 2022. Tem sete principais tarefas a serem executadas ao longo de 5 anos, sendo uma delas a disseminação dos resultados do projeto e o aumento da consciência e entendimento do público em relação aos benefícios do pescado para a saúde e nutrição humanas.
Fonte: Instituto de Pesca