Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo

Atua na defesa dos Institutos Públicos de Pesquisa Científica do Estado de São Paulo

Conheça o trabalho dos pesquisadores da Apta, a maior agência estadual de pesquisa agropecuária do Brasil

Já faz algum tempo que a ciência deixou de ser uma atividade solitária, focada no trabalho incansável de um único indivíduo dotado de inteligência excepcional. Apesar de essa imagem ainda perdurar no imaginário de algumas pessoas, a verdade é que hoje a atividade científica depende do trabalho conjunto de muitos profissionais que, munidos de capacitação técnica e experiência prática, tornam possível a realização de pesquisas e o desenvolvimento de novas tecnologias. Com as célebres figuras geniais do passado, compartilham, contudo, o mesmo senso de curiosidade e a motivação de expandir o conhecimento humano e tornar melhor a vida das pessoas.

Na Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), o trabalho conjunto de diferentes profissionais possibilita que suas sete instituições de pesquisa, algumas centenárias, sigam sendo referência no Brasil e no mundo, impulsionando os mais variados setores do agro rumo a maior produtividade, qualidade e sustentabilidade. Para seguir com os mais de mil projetos de pesquisa que mantém atualmente, a Agência, vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento, conta com pesquisadores científicos, assistentes técnicos e profissionais de apoio à pesquisa envolvidos, de diferentes maneiras, no fortalecimento da ciência paulista e nacional. Nesse cenário também é indispensável a participação dos pós-graduandos vinculados aos cinco programas de pós-graduação mantidos pelos Institutos e dos estagiários – da iniciação científica ao pós-doutorado -, que fazem girar as engrenagens da pesquisa científica, sempre com novas ideias e muita dedicação.

Conhecimento de ponta para os desafios da sociedade

Os pesquisadores científicos brasileiros, possuindo aptidão técnica e capacidade analítica apuradas, são os responsáveis por gerir os projetos de pesquisa, orientar a execução dos trabalhos e debater os rumos da atividade científica de cada unidade e laboratório. O conhecimento aprofundado na área de especialização, aliado à experiência prática, fazem do pesquisador o alicerce intelectual dos Institutos da Apta.

“O pesquisador científico pode atuar na fronteira do conhecimento, descobrindo novos fenômenos, ou pode atuar na transformação do conhecimento em novas tecnologias”, destaca Ricardo Harakava, do Instituto Biológico (IB-Apta). Em sua visão, o profissional precisa estar atento às mudanças que ocorrem ao seu redor, para conseguir contribuir na superação dos desafios que se apresentem. “As demandas da sociedade vão se modificando ao longo do tempo e a pesquisa científica deve estar sempre se atualizando para atendê-las. No setor agro não é diferente: em um cenário de mudanças climáticas, demanda crescente por alimentos saudáveis e maior consciência ambiental, a pesquisa tem um grande desafio pela frente”, garante.

Para o pesquisador do Instituto de Pesca (IP-Apta) Fábio Sussel, o papel do pesquisador tem passado por mudanças nos últimos tempos. “Na ciência moderna, o pesquisador científico não pode e não deve realizar pesquisas baseando-se apenas em suas próprias ideias, mas sim interagir com as demandas do setor em que está inserido”, comenta. De acordo com Sussel, as pesquisas precisam ser aplicáveis, focadas no benefício da sociedade, o que impõe ao pesquisador a necessidade de sair de seu laboratório e entender as necessidades da sociedade e o ritmo das transformações tecnológicas. “No caso do agro, não se falava em tecnologia de ponta há 30 anos. Hoje, o Agro 4.0 é uma realidade e tudo o que há de moderno nas indústrias urbanas também está presente no agro”, enfatiza.

Uma construção coletiva

Além dos pesquisadores, muitos outros servidores têm papel determinante para o sucesso das instituições de pesquisa. Na Apta, alguns personagens dedicam uma vida toda a fazer delas o que são hoje: referência para o agro. É o caso de João Alberto Zuca, técnico de apoio à pesquisa científica e tecnológica que atua há 40 anos no setor de ovinocultura do Instituto de Zootecnia (IZ-Apta), realizando atividades essenciais, que tornam possível o desenvolvimento dos projetos. “Cuidamos dos animais e do ambiente onde eles ficam, fornecendo alimento, água e cuidando daqueles que eventualmente ficam doentes. Também auxiliamos os pesquisadores nas coletas de dados, como pesagem, medidas corporais, coleta de fezes ou sangue”, explica o servidor. O zelo de Zuca pelo trabalho se reflete na excelência conquistada pelo Instituto e nas contribuições que traz ao setor, como a melhoria da qualidade da carne que chega ao consumidor.

Atuando há 15 anos na Apta Regional, a oficial de apoio à pesquisa científica e tecnológica Silmara Bassetto demonstra clareza sobre a dimensão de seu trabalho. “Nós, servidores de apoio, somos fundamentais para a pesquisa da Apta Regional, pois colaboramos diretamente com a formação de conhecimento verdadeiro”, coloca. Atualmente focada em treinamento e capacitação, ela diz que essa consciência, assim como o amor pelo trabalho e pela instituição, é passada dos servidores mais experientes para os mais novos, mantendo viva a disposição em colaborar com projetos que levem à melhoria da vida da população. “Nossa instituição tem um papel fundamental para o engrandecimento de quem vive do meio rural, pois entrega conhecimento, confiança, proporciona agregação de valor e, além de tudo, leva amor ao pequeno, médio e grande produtor”, resume Silmara.

Física de formação, a assistente técnica de pesquisa científica e tecnológica Tereza Satiko encontrou no Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta) um campo diferente para atuação científica. Há quase seis anos na instituição, que tem foco em socioeconomia agrícola, Tereza contribui com as ações de transferência do conhecimento e divulgação de ciência, além de atuar junto às equipes técnicas de projetos de grande destaque, como o Rotas Rurais – que já trouxe endereçamento a milhares de propriedades rurais paulistas -, o Semear e o Preço Referência de Importação da Borracha Natural. “Times multidisciplinares são importantes para a ciência, uma vez que os problemas que ela se propõe a resolver são cada vez mais complexos e multifacetados”, defende a servidora. No que diz respeito à agricultura, Tereza lembra que a pesquisa científica vai além de solucionar os desafios da produção, o que requer profissionais de diferentes formações. “Podemos estudar os aspectos econômicos tanto em sua dimensão mais matemática, ou seja, como fazer os levantamentos de produção, tratar e analisar os dados, quanto também interpretá-los em sua dimensão social. O IEA tem a característica de ter um corpo técnico multidisciplinar e por isso me sinto em casa trabalhando aqui”, assegura.

Pós-graduação é berço de ideias que impulsionam a ciência

Em grande parte das instituições de ciência a nível mundial, boa parcela da pesquisa realizada conta com o trabalho dos estudantes de pós-graduação. A relação é sempre uma via de mão dupla, pois o aprendizado e capacitação que recebem é retribuído pelo empenho em fazer projetos de pesquisa prosperarem e gerarem os dados que embasam a construção do conhecimento. “Para mim foi extremamente importante e gratificante fazer a pós-graduação em uma das instituições de pesquisa mais antigas e importantes do nosso país”, diz Letícia Martins, que finalizou este ano seu doutorado pelo Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical e Subtropical do Instituto Agronômico (IAC-Apta). A tese defendida por ela versou sobre a influência das mudanças climáticas no regime hídrico das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), contribuição relevante para um tema que influencia a segurança hídrica de diversas cidades. “Tenho muito orgulho em ter contribuído e em fazer parte da história do IAC”, ressalta Letícia.

Já para Andriéli Coelho, mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital-Apta), a pós-graduação propicia a vivência necessária para melhor compreender o fazer científico. “Acredito que na pós-graduação temos a oportunidade de aprofundar em diversos assuntos, produzir e trocar conhecimento com nossos pares, tanto em âmbito nacional quanto mundial, formando uma ampla rede de produção científica”, detalha. Seu trabalho, alinhado às tendências de Segurança do Alimento e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), é voltado à obtenção de ingredientes alimentícios a partir de novas fontes vegetais. “Espero ainda contribuir para a pesquisa nacional, que é tão importante para o nosso desenvolvimento econômico e social”, finaliza a pós-graduanda.

Assessoria de imprensa da APTA

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