Um dos alimentos mais versáteis do mundo, o milho é uma das principais atividades agrícolas do estado de São Paulo, com fundamental importância econômica. Sabendo disso, a Cati Sementes e Mudas, departamento da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), há mais de 30 anos realiza testes de melhoramento para obtenção de sementes de milho adaptadas a qualquer tipo de solo, inclusive mais pobres, inibindo maiores gastos de produção.

“Todas as variedades produzidas pela Cati são convencionais, ou seja, não possuem qualquer transgenia, característica que tem chamado a atenção de muitos mercados, não só em São Paulo, mas também em outros estados e até outros países, sendo uma ferramenta de segurança alimentar”, afirma Fernando Santos, pesquisador e assistente de planejamento do Departamento de Extensão Rural (Dextru) da Cati na Fazenda Ataliba Leonel.

Por sua vez, o uso do milho pela indústria de alimentos e bebidas tem contribuição do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), responsável por desenvolver trabalhos com milho verde em conserva, farinhas e flocos para sopas, sorvetes, iogurtes e derivados.

Mercado

Segundo grão mais produzido no território brasileiro, o milho é matéria-prima imprescindível para utilização direta na produção de proteína animal como ração para avicultura, suinocultura, bovinocultura de leite e de corte e a equinocultura, além de fazer parte da culinária nacional.

Alimento nutritivo, energético, rico em fibras e em compostos bioativos, é constituído de carboidratos, proteínas, vitaminas do complexo B (B1 e B5), minerais, como ferro, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e zinco, e betacaroteno, pigmento natural com ação antioxidante.

A produção de milho paulista foi superior a 33,82 mil sacas de 60 kg na 1ª safra de 2023, em uma área de 305,45 mil hectares. Já a safrinha somou 38,62 mil sacas de 60 kg em mais de 470 mil hectares. Entre as principais cidades produtoras, destacam-se São João da Boa Vista, Itapetininga e Itapeva, de acordo com as informações do Instituto de Economia Agrícola (IEA), vinculado à SAA. As três cidades representam 36,1% do total produzido no Estado.

A forte competitividade com a soja tem causado a diminuição da área de produção do milho, que necessita que os índices dos fatores climáticos, especialmente a temperatura, estejam de acordo, para que o potencial genético de produção atinja o seu máximo. Os atuais eventos climáticos, marcados por períodos de seca e excesso de chuva ocorrendo de forma desordenada e fora das safras habituais, desencadearam uma preocupante degradação do solo, forçando os agricultores a redesenharem suas estratégias de plantio. Áreas que antes eram tradicionalmente dedicadas à agricultura estão sendo abandonadas, enquanto outras, previamente não tão propícias, demandam adaptações.

Também é importante citar os desafios no controle de pragas e doenças de modo mais sustentável, com destaque para a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), que têm causado perdas significativas em produtividade nas lavouras. Engenheiros agrônomos e técnicos agropecuários da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) realizam treinamentos com o objetivo de subsidiar e implementar medidas para minimizar os danos causados pelo enfezamento do milho.

Vale lembrar que, em abril deste ano, foi lançada a Câmara Setorial de Algodão, Milho e Soja, que visa integrar as políticas públicas aos produtores rurais, ouvindo as demandas do setor, fortalecendo ações e suprindo as necessidades de cada cultura.

Com informações do Ital

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